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Cidade Velha de Santiago é o berço da cabo-verdianidade

Janeiro 22, 2014 ·

Cidade Velha de Santiago

Cidade Velha de Santiago é o berço da cabo-verdianidade. É também a toponímia do que foi a antiga Cidade da Ribeira Grande, que foi capital do arquipélago de Cabo Verde durante alguns séculos. Foi a primeira Cidade que os portugueses tiveram em África, na sua aventura dos descobrimentos. Daí ser uma referência obrigatória no contexto histórico das ilhas de Cabo Verde. Dela restam apenas as ruínas debruçadas tristemente sobre o eterno mar azul do arquipélago e dormem sob o peso dos anos do momento esquecimento dos homens.

Cidade Velha de Santiago

Cidade Velha de Santiago, vista

É na Cidade Velha de Santiago que nasceu o Homem crioulo. Foi o ponto de encontro dos primeiros europeus e negros da costa de África trazidos para o povoamento dessas ilhas.

Do cruzamento destas duas raças distintas originou uma população mestiça. À miscigenação que se traduz não só no aspecto físico, mas também no aspecto cultural. A evolução do dialecto crioulo, com diferenças de uma ilha para outra onde as variantes fonéticas provêm de muitas línguas africanas, fica a dever-se a miscegenação atrás referida.

A antiga cidade da Ribeira Grande teve ainda um papel preponderante no apoio à expansão portuguesa e no desenvolvimento do comércio e de navegação de longo curso. Cidade Velha foi ainda a primeira capital eclesiástica e civil em Cabo Verde. Em 1462, foi erigida na Ribeira Grande a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, o que leva a concluir que por essa época já havia sacerdotes em Cabo Verde.

Cidade Velha de Santiago em Cabo Verde

Cidade Velha de Santiago em Cabo Verde

Situada a escassos 12 quilómetros da actual capital cabo-verdiana, o berço da cabo-verdianidade é hoje um ponto turístico por excelência. Os seus monumentos históricos fazem dela um lugar aprazível principalmente para aqueles que se interessam pela história de um povo surgido de cruzamento de várias raças.

A sua Sê Catedral, a primeira que os portugueses erigiram no continente negro, encontra-se hoje em ruínas. Todavia, o pouco que ainda sobra está a ser preservado a fim de evitar que desapareçam referências importantes de Cabo Verde, e em particular de Santiago, ilha-mãe da cultura cabo-verdiana antiga devido à sua posição geo-estratégica, a meio caminho entre o continente africano, a Europa, as Américas e o Oriente, cedo o arquipélago cabo-verdiano foi chamado a desempenhar um papel de placa giratória no quadro das trocas comerciais no tráfico negreiro e no aprovisionamento dos navios em frescos e água. Estes factores contribuíram para que Ribeira Grande se transformasse rapidamente num centro comercial de certa projecção e daí, em 1533, ter sido erigida em Cidade.

Todavia, Ribeira Grande teve um ciclo de vida relativamente curto. A sua decadência processa-se em ritmo acelerado, principalmente a partir do em perdeu definitivamente a sua posição como entreposto de escravos, que eram levados para as plantações nas Américas. Por outro lado, os constantes ataques levados a cabo por navios piratas contribuíram para arruinar a antiga capital cabo-verdiana. Desses ataques, o mais famoso foi o do corsário Drake.

Vale da Cidade Velha de Santiago (antiga Ribeira Grande)

Vale da Cidade Velha (Ribeira Grande)

Também por causa dos pântanos que se formavam junto às praias na estação pluviosa, o que tornava Ribeira Grande vulnerável às doenças, e o facto de o seu porto ser muito desabrigado, fizeram com que os navegadores passassem a preferir o Porto da Praia de Santa Maria, que dista apenas seis milhas da então capital cabo-verdiana. Por isso, a 13 de Dezembro de 1769 a sede do governo é transferida para vila da Praia, que em 1858 foi elevada à categoria de Cidade.

Consumava-se, assim, definitivamente a ruína da Cidade Velha. Pelo porto da Ribeira Grande e outros de Cabo Verde passaram alguns navegadores célebres. Entre estes destacam-se Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Pedro Alvares Cabral e Sebastíam Dei Cano. Vasco da Gama aportou Cidade da Ribeira Grande, quando se encontrava na descoberta do caminho marítimo para a Índia.

A Fortaleza de S. Filipe, um dos grandes monumentos históricos da Cidade da Ribeira Grande é o testemunho da presença portuguesa nessas ilhas. Foi construída após o ataque de Drake. em 1585. A Cidade era guarnecida a partir desse forte, cuja construção teria sido iniciada em 1593. Um outro monumento histórico que o visitante pode observar na Cidade da Ribeira Grande é o pelourinho erguido há alguns séculos no largo da cidade. Aqui eram açoitados os escravos. É a memória mais viva da época esclavagista em Cabo Verde.

Cidade Velha de Santiago ruínas

Cidade Velha ruínas

Segundo alguns historiadores, a Ribeira Grande nunca teve o desenvolvimento correspondente à categoria de Cidade. No entanto, por conveniência, o rei D. João III resolveu propor a criação da Diocese de Cabo Verde. O objectivo era facilitar a ordenação de sacerdotes nativos como também para melhor se coordenar a tarefa da evangelização da costa africana, de onde chegaram muitos homens livres para se cristianizarem.

A igreja de Nossa Senhora do Rosário, hoje um património histórico, teria sido construída por volta de 1495. É um dos mais antigos templos da ilha de Santiago e de Cabo Verde. Nessa Igreja pregou o Padre António Vieira, em 1652, de passagem para Brasil, vindo de Portugal. Na altura, o que mais surpreendeu ao grande orador português foi o facto de ter encontrado clérigos e cónegos dotados de uma sabedoria, que segundo ele próprio, faziam inveja aos melhores do Reino.

O Pelourinho da Cidade Velha

O Pelourinho da Cidade Velha de Santiago

Quatro de Maio de 1712 marcou o afundamento irreversível da Cidade Velha de Santiago. Foi nesse dia que Ribeira Grande é atacada e pilhada por piratas franceses, comandados por Jacques Cassard. O saque foi avaliado em três milhões de libras estrelinhas. Depois desse ataque tudo começou a entrar em decadência. Paulatinamente Cidade Velha ia perdendo a sua influência e mais tarde abandonada. Era aqui que há cinco séculos começava a história da cabo-verdianidade.

Luís Carvalho in, FRAGATA

Bibliografias consultadas: Carreira António – Cabo Verde, Formação e Extinção de uma Sociedade Escravocrata – 1460-1878 Daniel A. Pereira – Marcos Cronológícos da Cidade Velha.

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